Dono do Banco Master é preso pela PF em operação que investiga fraude bilionária com títulos de crédito

18/11/2025 14:13:00




A Polícia Federal prendeu, na segunda-feira (17), o empresário Daniel Vorcaro, proprietário do Banco Master, no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo. Ele é apontado como líder de um esquema de emissão e venda de títulos de crédito falsos que pode ter movimentado cerca de R$ 12 bilhões. A prisão ocorreu quando Vorcaro tentava embarcar em um voo particular com destino a Malta, na Europa.


A ação faz parte da Operação Compliance Zero, que investiga a comercialização de Certificados de Depósito Bancário (CDBs) com promessas de rentabilidade até 40% acima da taxa básica do mercado. Segundo a PF, os retornos oferecidos eram irreais e sustentados por ativos sem avaliação técnica adequada.


Além de Vorcaro, outros quatro diretores do Banco Master foram presos. Ao todo, foram cumpridos seis dos sete mandados de prisão e 25 de busca e apreensão em cinco estados: São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia e no Distrito Federal.


A defesa do empresário nega que ele estivesse em fuga e afirma que o destino final do voo seria Dubai, onde Vorcaro teria compromissos com investidores interessados na compra do banco. A prisão foi antecipada pela PF diante da suspeita de evasão após o anúncio da venda da instituição para o grupo Fictor Holding Financeira.


Horas após a prisão, o Banco Central decretou a liquidação extrajudicial do Banco Master e a indisponibilidade dos bens dos controladores e ex-administradores. Com isso, qualquer negociação de compra em andamento foi automaticamente interrompida.


O negócio com o grupo Fictor previa um aporte imediato de R$ 3 bilhões, com participação de investidores dos Emirados Árabes Unidos. A proposta ainda dependia de aprovação do Banco Central e do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).


Antes disso, o Banco de Brasília (BRB) havia tentado adquirir o Master, mas a operação foi barrada pela diretoria colegiada do BC, que apontou falta de documentos que comprovassem a viabilidade econômico-financeira da transação.


Daniel Vorcaro também é conhecido por deter participação na Sociedade Anônima do Futebol (SAF) do Atlético-MG. Ele foi conduzido à Superintendência da Polícia Federal em São Paulo, onde permanece à disposição da Justiça. Os investigados podem responder por crimes como gestão fraudulenta, gestão temerária, organização criminosa e falsificação de documentos.

Fonte: TEXTO JVA / Informações Redes Sociais / G1

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