Novos detalhes sobre o acidente com balão que matou oito pessoas em Praia Grande, no Sul de Santa Catarina, revelam a tentativa desesperada do piloto de conter o incêndio e salvar os ocupantes da aeronave. O caso, que chocou o país, segue sob investigação da Polícia Civil, do Instituto Geral de Perícias (IGP) e do Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (SERIPA).

Logo após a decolagem, o piloto identificou um foco de fogo na parte traseira do cesto. Ele tentou conter as chamas com o pé e, em seguida, utilizou um extintor de incêndio, que não funcionou. Passageiros ainda tentaram abafar o fogo com casacos, mas sem sucesso. Com o fogo se alastrando rapidamente, o piloto iniciou uma descida de emergência entre 300 e 400 metros de altitude.

Durante a manobra, ele orientou os passageiros a saltarem assim que o balão tocasse o solo. Treze pessoas conseguiram pular, incluindo o próprio piloto. No entanto, com a perda de peso, o balão voltou a subir com oito pessoas ainda a bordo. Todas morreram — quatro carbonizadas e quatro em decorrência da queda.

O balão envolvido no acidente tinha apenas seis meses de uso e, segundo registros, havia passado por manutenção recente. As condições climáticas no momento do voo eram consideradas favoráveis, com ausência de ventos fortes. A aeronave fazia parte de um grupo de mais de 40 balões que decolaram naquela manhã.

O piloto, que também é sócio da empresa responsável pelo passeio, está em tratamento psicológico e afastado das atividades. A empresa suspendeu temporariamente todos os voos e informou que está prestando apoio às famílias das vítimas.

As investigações seguem em andamento para apurar as causas do incêndio e eventuais responsabilidades.